Impostos
- A Supply – Side Economics procura compatibilizar os resultados analíticos da Curva de Laffer com a vitalidade própria das leis que regulam a economia.
- Os governos são colocados perante opções que têm de tomar, no que diz respeito à oneração daqueles que os elegem e financia.
- Os impostos podem ser regressivos, proporcionais ou progressivos, por reporte à elasticidade do imposto em relação à matéria colectável, tendo em atenção a taxa média e a taxa marginal sobre ela incidente.
- O imposto regressivo será todo o imposto em que a taxa nominal decresce à medida que aumenta o volume da matéria colectável, situação em que a taxa marginal é menor que a taxa média, pelo facto de o impostor ser inferior à unidade, ou seja, uma relação inversa entre o montante da matéria colectável e a taxa média por que o contribuinte é colectado
- O imposto proporcional será aquele em que a sua taxa nominal se mantém constante, independentemente do valor da matéria colectável, sendo que o montante a pagar é uma função linear da matéria colectável, numa proporção fixa da base tributária, onde a elasticidade é igual à unidade, porque igual será a taxa média e a taxa marginal de imposto.
- As grandes vantagens deste imposto será a transparência, a simplicidade, a uniformidade matemática, a base tributária alargada, visto incidir sobre todos os valores da matéria colectável, e os baixos custos administrativos e de acatamento por parte dos contribuintes.
- O Imposto progressivo, será aquele que é exactamente o inverso do imposto regressivo, imposto em que a taxa nominal vai subindo à medida que aumenta a matéria colectável, seja por força de uma progressividade continua, por classes ou por escalões, indirectamente, ou por via da progressividade por abatimento, ou por variação da base. Neste caso o imposto cresce sempre mais do que proporcionalmente à sua base, com uma elasticidade do imposto, em relação à matéria colectável, superior à unidade, com uma taxa marginal acima da correspondente à taxa média.
- Algumas das consequências deste tipo de forma de tributação dos rendimentos é aplicação intermitente, a sua aplicação descontinua, o facto de gerar situações de iniquidade fiscal, mesmo que mitigada por deduções à colecta.
- Os impostos progressivos vs impostos proporcionais, levaram consequentemente a resultados diferentes. São as taxas marginais de imposto que comandam e determinam o impacto de um imposto no comportamento, motivos, hábitos e expectativas dos agentes económicos na sua vontade ou desejo de trabalhar ou investir, em contrapartida de um ganho adicional de rendimento
- Uma das questões fundamentais será de saber quanto desse ganho adicional de rendimento será sacrificado em pagamento de impostos, qual o montante de recompensa autorizada pelo governo para os agentes investidores, pelo risco, esforço ou despesas em que incorrem, ao darem consecução a determinado projecto, com consequente prejuízo da sua propensão ao consumo presente e ao lazer.
- Há progressividade dos impostos está o nosso sistema fiscal constitucionalmente agarrado, em confronto directo com a proporcionalidade, que configura um sistema mais eficiente, mais justo e mais equitativo, seja equidade horizontal, pois confere igual tratamento fiscal às pessoas, com o mesmo rendimento e fonte de rendimento, seja em termos de equidade vertical, na medida em que contribuintes mais endinheirados pagarão sempre mais impostos se não forem tributados desproporcionadamente.
- Mesmo pagando mais impostos uma incidência proporcional sobre todos os rendimentos auferidos por um contribuinte, sem réplicas de dupla ou tripla tributação, consoante as aplicações a que os destina, uma única vez, sob uma taxa única, indubitavelmente mais justa, como mais justa será sempre uma flat tax, que retira do rendimento de qualquer contribuinte uma mesma percentagem, mesmo considerando a injustiça de uma família que mereça auferir o dobro do rendimento de outra, tenha de pagar o dobro dos impostos.
- O efeito desincentivador, de que uma taxa de imposto, por excessiva, é portadora, poderá deflacionar as expectativas de ganho dos supliers de serviços produtivos.
- Para além dos efeitos psicológicos e de rendimento que tais situações provocam, sobrelevam-se ainda os efeitos (de substituição) da crescente progressividade no rendimento colectável, induzidos pelas actualizações nos primeiros escalões de impostos.
- Uma taxa marginal de impostos elevada e progressivamente aumentativa deverá fazer decrescer a vontade de trabalhar mais do que o necessário.
a) Para a categoria de rendimentos médios, todos aqueles para quem a situação financeira não é modificada pelo sistema redistributivo, os efeitos de rendimento anulam-se subsistindo apenas os efeitos de substituição, que tenderão a reduzir a oferta dos factores produtivos envolvidos, se os níveis de fiscalidade se agravarem.
b) Para a categoria dos detentores de rendimentos baixos, não somente o efeito de rendimento em retorno é mais importante que o efeito - rendimento ligado ao aumento da pressão fiscal, como ainda lhe anexa o efeito - substituição, com a consequente redução da oferta de mão-de-obra e/ou de capital
c) Para a categoria dos detentores de rendimentos elevados, o efeito de rendimento em retorno não anula o efeito de rendimento primário. Em contrapartida e em princípio, o efeito de substituição será mais importante que o resultado liquido dos efeitos - rendimento.
- Numa primeira aproximação e de forma geral, a oferta dos factores produtivos varia em sentido inverso das suas remunerações liquidas, assim:
a) se a pressão fiscal aumenta, os agentes económicos reduzirão a oferta dos serviços produtivos de que são detentores.
b) Se a pressão fiscal diminui, os mesmos agentes económicos tenderão a fazer aumentar a sua oferta de serviços produtivos.
Pistas para uma alteração da política fiscal
- Deve-se partir do ponto inicial, no qual é preferível que o rendimento seja redistribuído sem custos desproporcionais para cada contribuinte, tendo por base o esforço de cada um, o que cada um produziu, o contributo que cada um para o produto
- Deve haver contrapartidas para os contribuintes pagadores de impostos, sendo uma responsabilidade moral e política de atacar o desperdício e a despesa, e libertar a economia da oferta dos espartilhos fiscais que inibem a criação de riqueza.
- A nova política ao nível dos impostos deve passar pelo abandonar das taxas progressivas, que impendem sobre quem mais produz, e obriguem o Estado a uma dieta devolvendo-o à sua missão originária, que consiste em financiar os custos de bens públicos, aqueles que cujo o consumo não provoca o decréscimo de outros, os quais, não existem incentivos à sua oferta, e que comportam externalidades positivas.
- É a dinâmica da oferta, o crescimento do PIB, que deve contribuir para o crescimento da receita fiscal, porque quanto maior for o PIB, maior será a matéria colectável, e maior será a receita, tributadas numa base proporcional.
- No caso português tem-se nas últimas décadas assistido a um engordar excessivo da despesa, por desgoverno da coisa pública, sendo necessário proceder a uma dieta, e para isso é necessário cortar na despesa pública, e promover a entrega dos impostos, não numa base progressiva, mas proporcional, em taxa única, que promoveria a inibição da reacção “não quero pagar” ou “receber pela porta do cavalo”, em virtude de no sistema progressivo o facto de se trabalhar mais e ser-se mais produtivo promove a subida de escalão, e paga-se mais imposto, não sendo compensador, por isso mais vale neste sistema não trabalhar, não sendo um incentivo. Este facto deve preocupar o Direito.
“Atribuição a cada um o que é seu”
- O Supply – Sider vem constatar o facto de se subestimarem o grau de elasticidade dos factores da oferta, as políticas económicas de inspiração Keynesiana, partem de uma definição de pleno emprego e procura agregada, que leva a uma intervenção governamental tendente a sustentar artificialmente a actividade económica e o mercado de emprego, é Stop and go (fuga para a frente), que conduz ao descontrolo inflacionista.
- Sobrevalorizam sistematicamente o efeito – multiplicador das despesas públicas conduzindo as autoridades governativas a negligenciar um instrumento de regulação e de relançamento económico: a redução dos impostos.
- Consequências destes modelos, são o aumento em flecha da inflação e do desemprego, produtividade e produto estagnante, diminuição do investimento e das poupanças produtivas, e défices internos e externos crescentes, perda de eficácia, aumento da pobreza, diminuição da liberdade económica e política.
- O controle dominante por parte do Estado inviabiliza as potencialidades da Oferta, e manipulando a procura, através da existência de pequenas oligarquias, apoiadas pelo Estado.
- Os resultados económicos eficientes não se conseguem com políticas que actuam sobre a procura, através de instrumentos orçamentais e monetários clássicos, não têm qualquer efeito a não ser a estagflação, não promovendo a produção e o investimento.
“Trabalha-se para se ganhar, não para se pagar impostos”, o que é um desincentivo.
- Se não há incentivos ao investimento, a formação de capital tenderá a estagnar.
- Se os incentivos faltam no trabalho, o esforço diminui e a quantidade da oferta também tenderá a diminuir, e por esta via a produtividade.
- Este facto terá como consequência, uma procura superior à oferta, o que promoverá um crescimento económico mais lento, uma elevada inflação e o estrangulamento da economia. Sendo que de acordo com a antiga solução Keynesiana, a terapêutica passava por efectuar a redução da procura agregada.
- Mas se é verdade que esta diferença entre a procura agregada e a oferta deve ser corrigida de forma a desacelarar as pressões inflacionistas, mas esta é apenas uma das faces do problema, que poderá sem duvida conduzir a uma correcção pela diminuição da procura, à custa todavia de um elevado desemprego. Mas na outra face do problema aponta-separa um aumento da oferta agregada, através do aumento da curva das possibilidades de produção, aumentando o emprego dos factores produtivos e o produto, ao mesmo tempo que a inflação é baixada.
- Durante mais de duas décadas teve-se a ideia que o aumento da despesa publica poderia conduzir ao crescimento da procura e do produto mais acentuada, do que a redução dos impostos, sendo porém certo que a baixa dos impostos, vai fazer com que parte das unidades monetárias seja destinada à poupança.
- Os modelos traçados pelo Supply – Side Economics, vem demonstrar o contrário, que a redução dos impostos tem sobre a economia um efeito mais positivo que o aumento da despesa publica.
- Nas últimas duas décadas existe uma intima relação entre o fenómeno inflacionista e a elevação do nível das despesas, assim para a inflação encontram-se duas origens:
a) acumulação continua de défices orçamentais
b) Consequências negativas do agravamento fiscal sobre os factores da oferta, com a consequente redução da oferta disponível no mercado
- A perda de dinamismo e o recuo no crescimento é consequência directa do Estado intervencionista de inspiração Keynesiana (grandes programas sociais e gastos militares), que levam à penalização do trabalho e da poupança, pelo agravamento da fiscalidade, encorajando a fraude, o mercado negro, a economia paralela, multiplicando as regulamentações e as restrições legislativas.
- Chegou-se à conclusão que para vencer a inflação e relançar o crescimento económico, terão de se colocar em causa as concepções das últimas duas décadas, com a participação excessiva do Estado na economia.
- A solução encontra-se na redução simultânea da despesa pública e dos impostos, pelas seguintes razões:
a) Uma das causas da persistência do défice orçamental é a pressão fiscal que penaliza a oferta – desencentivo ao esforço
b) Porque a redução dos impostos não pode estimular eficazmente a oferta de trabalho, poupança e investimento, se não for acompanhada de promessa formal do Estado, que se verificará uma redução cadenciada e durável das despesas públicas.
c) Não será suficiente reduzir o volume das despesas publicas, para produzir efeitos positivos sobre a economia, graças aos ganhos que resultarão da libertação de recursos do sector publico em benefício do sector privado, se não se formulam estruturas fiscais, que visem a diminuição da carga fiscal
- Esta estratégia poderá no curto prazo trazer riscos simultaneamente inflacionistas e recessionistas, em virtude de taxas de juro tendencialmente elevadas. Mas no entanto se, se conseguir operar reduções significativas na despesa e se aceitar o domínio do mercado sem agravar o ritmo da expansão monetária, as antecipações inflacionistas dos agentes económicos regredirão, como diminuirão as taxas de juro, de uma forma progressiva.
- Em suma, para se conseguir substituir o circulo vicioso do arco inflação – desemprego – estagflação, pelo desinflação – crescimento económico, sem pressão deflacionista, passa em primeira análise pela redução drástica , espaçada no tempo, das taxas de imposto, sobre todos os tipos de rendimentos.
- Esta concepção produzirá vários efeitos:
a) Um aumento das taxas de rendibilidade, pela redução das taxas de imposto, ou pela reposição da proporcionalidade, aumenta o incentivo à poupança e ao investimento, pela redução das taxas de juro.
b) Uma redução nas taxas de imposto sobre o rendimento efectivo das empresas, promove o investimento, pelas maiores taxas de rendibilidade.
c) O aumento das poupanças conduz a uma maior liquidez e menor procura de crédito, contribuindo para a queda das taxas de juro, que por sua vez incentivam gastos de capital e o investimento interno
d) Um aumento do ratio investimento/PNB revela uma maior produtividade, mais bens e serviços produzidos por unidade, não aumentando os custos unitários tão rapidamente, e a inflação cresce devagar.
e) A redução das taxas de imposto e a sua proporcionalidade conduz ao incremento da participação da força de trabalho, aumentando a oferta de trabalho.
f) Com os aumentos da oferta de trabalho, do stock de capital e da produtividade, aumenta a capacidade produtiva das economias e a sua competitividade.
g) O aumento desta capacidade, faz com que desapareça a pressão inflacionista por insuficiência da oferta, diminuindo a taxa de inflação, desemprego e a estagflação.
h) Permite igualmente z produção de mais bens e serviços, a preços mais baixos e de qualidade superior, melhorando-se as contas com o exterior, fortalecendo a unidade monetária nacional.
i) As baixas taxas de impostos causam reduções na inflação através de vários canais: as tensões inflacionistas declinam à medida que o desvio entre o PNB real e o PNB desejado vai diminuindo, a produtividade aumenta, baixando os custos unitários, a moeda nacional reforça-se causando uma menor inflação importada.
j) A baixa inflação representa um maior rendimento real disponível, com um consequente aumento de emprego, do produto e do consumo.
k) A baixa inflação significa taxas de juro mais baixas, estimulando o investimento e atraindo capitais estrangeiros
l) O aumento da procura interna e externa dos bens e serviços produzidos proporcionado por baixos níveis de inflação é condizente com o reforço da capacidade produtiva da economia para produzir tais bens e serviços
- O governo quando intervém, oferecendo bem-estar, pagando o desemprego, subsidiando a ineficácia, reificando a incompetência e a corrupção na gestão publica está a dissuadir o trabalho produtivo, empenhado e criativo, quando o governo intervém para aumentar impostos sobre empresas rentáveis e lucrativas para pagar os seus desperdícios e improdutividade, sendo um desincentivo dos factores da oferta em contribuir para o crescimento económico.
- Os projectos e programas que afirmam promover a equidade e combater a pobreza estimulam o consumo improdutivo, promovendo a redução da própria procura, em virtude de minaram a produção, da qual a procura real deriva.
- O Estado não pode, nem consegue influenciar decisivamente, visto que todo este vai – vem de riqueza mais não é do que um jogo de soma zero, sendo nulo também o efeito sobre os rendimentos.
- A estratégia fundada pela Supply – Side Economics constitui um conjunto teórico e concreto muito mais coerente e, afinal, muito mais complexo do que as aproximações ensaiadas na chamada Reaganomics.
- Tem sido fácil acusar esta estratégia de inspirar políticas económicas cujo o efeito é sacrificar os mais pobres e agravar as desigualdades a nível interno e externo, subalternizando sectores tão diferentes como os créditos à educação, as subvenções à habitação, os fundos de abastecimento, os subsídios às empresas publicas, à saúde..., e que levaram à conclusão quase generalizada, e diga-se, precipitada de que se trata de uma estratégia com resultados profundamente anti-sociais que agravará a situação dos mais pobres e dos mais desfavorecidos.
- Nada mais errado, enganador e deturpante, no entendimento desta estratégia originária, responde com uma objecção muito simples: para que tais argumentos fossem plenamente aceites, era necessário que o crescimento continuo das despesas ditas sociais e as transferências contribuíssem para reduzir a pobreza e assegurassem a preconizada equidade.
- É certo que para uma economia competitiva ser completamente eficiente deveriam ser satisfeitos determinados factores, como a ausência de monopólios significativos e por exemplo um adequado aprovisionamento de bens públicos, que, na realidade concreta não sucede. Este argumento tem servido para demonstrar que a intervenção do Estado se justifica, para se corrigirem as falhas de mercado não é suficiente para se justificar a dita intervenção do Estado. As suas intervenções correntes para além de não poderem ser explicadas com argumentos baseados no pretenso fracasso do funcionamento dos mercados de concorrência, não podem ser justificados por qualquer critério de eficiência.
- O Welfare State demonstrou total inépcia e incapacidade para resolver um que seja dos problemas a que propunha dar solução, levaram sim, por um lado, ao aumento acentuado das despesas públicas, sem quaisquer contrapartidas de peso em matéria social ou de atenuação de efeitos colaterais, para, por outro lado, se reforçar a burocratização da sociedade e o emperramento dos mecanismos de mercado, com os feitos exactamente inversos aos protagonizados.
- O Supply – Side não protagoniza apenas uma redução dos impostos sobre os ricos, esta estratégia faz-se acompanhar de um vasto leque de propostas concretas, propostas essas que visam reestruturar os sistemas de transferências por um sistema assente no princípio do imposto negativo, que assegure uma melhor protecção social àqueles que realmente dela necessitam. Por exemplo no campo da ecologia, visam o combate à poluição do meio ambiente, através do debitar àquele que polui um montante baseado no custo que a poluição impõe aos outros, ou pela criação direitos de propriedade sobre o ar e a água.
- Visa igualmente o aumento da confiança nos mecanismos de mercado, assegurando a competição, a concorrência entre empresas eficientes, através de leis anti - monopolistas ou mesmo por intervenções governamentais, desde que adequadas, abandonando a regulamentação directa e administrativa, situação que provoca necessariamente mal estar na iniciativa privada, uma vez que envolvem altos custos, com contrapartidas duvidosas, para além da eventual corrupção e não transparência de processos, uma vez que os fiscalizadores apenas têm capacidade para controlar uma fracção mínima dos indivíduos regulamentados, empresas e outras instituições privadas.
- Trata-se de uma estratégia de mercado fortemente direccionada para a criação de incentivos, para um comportamento desejado da oferta, não sendo nunca possível, num sistema fiscal assente na progressividade dos impostos.
- Apenas com os impostos proporcionais, se consegue uma equidade horizontal e vertical, uma eficácia residente no princípio do benefício, por via da qual, sobre uma taxa única de imposto, se faça repercutir apenas e só uma dedução significativa à colecta por cada dependente nascido, bem mais justo do que a actual arquitectura fiscal.
Rui Ferreira